sábado, 21 de dezembro de 2013


(4)  NA COXIA COM... - CACÁ MOURTHÉ 
          
Cacá Mourthé

 
O teatro O TABLADO, localizado num aprazível local, quase às margens da Lagoa Rodrigo de Freitas (Rio de Janeiro), há algumas décadas, vem formando atores e atrizes de renome no cenário teatral brasileiro.  São algumas das crias d'O TABLADO: ANDRÉ MATTOS, ANDRÉA BELTRÃO, BIA NUNES, CACÁ MOURTHÉ, CININHA DE PAULA, CLÁUDIA ABREU, CLÁUDIO CORREIA E CASTRO (falecido), DRICA MORAES,  HAMILTON VAZ PEREIRA, JACQUELINE LAURANCE, JOÃO SANT'ANA, JOSÉ LAVIGNE, LEONARDO BRÍCIO, LOUISE CARDOSO, MALU MADER, MARIA PADILHA, MIGUEL FALABELLA, MIRIAM FREELAND, PEDRO KOSOVSKI, RUBENS CORREIA (falecido), SÉRGIO MACIEL, SÍLVIA BUARQUE, SURA BERDITCHEVSKY, THELMO FERNANDES, WOLF MAIA...
Idealizado e fundado pela inesquecível MARIA CLARA MACHADO, ícone do TEATRO INFANTIL, O TABLADO é uma das maiores referências de centro formador de atores e seu nome está ligado à arte de produzir e encenar espetáculos infanto-juvenis, um segmento da ARTE tão pouco valorizado em nosso país.

Maria Clara Machado

           Um pouco da história de CLARA e O TABLADO (texto extraído – e adaptado -  do site de O TABLADO):
Em outubro de 1951, com um grupo de amigos, reunidos na casa de seu pai, o escritor ANÍBAL MACHADO, criou o TEATRO AMADOR O TABLADO, que passou a funcionar no Patronato Operário da Gávea, na avenida Lineu de Paula Machado, onde se encontra até hoje.  Com o tempo, O TABLADO passou a ser referência na formação de atores, figurinistas, cenógrafos, diretores, iluminadores, sendo considerado um celeiro de talentos hoje famosos.
           Em 1956, preocupada em dar apoio aos novos grupos que se formavam, principalmente no interior do país, criou os CADERNOS DE TEATRO, cujo lema era “Remember Amapá”.  O objetivo dessa publicação era ensinar o bê-á-bá da técnica, como fabricar um refletor, noções de direção, interpretação etc..
           De 1959 a 1974, foi professora de improvisação no antigo CONSERVATÓRIO NACIONAL DE TEATRO, atual ESCOLA DE TEATRO da UNIRIO, passando a dirigir o mesmo durante o ano 1963.
           Convidada, em 1961, pelo Governo do Estado da Guanabara, passou a dirigir o SERVIÇO DE TEATRO E DIVERSÕES DO ESTADO, ocupando, ao mesmo tempo, o cargo de SECRETÁRIA GERAL DO TEATRO MUNICIPAL DO RIO DE JANEIRO, onde ficou até início de 1963.
           Em 1965, MARIA CLARA foi a Paris, representando o Brasil no CONGRESSO DE TEATRO PARA A JUVENTUDE, tendo, na ocasião, tido a oportunidade de assistir, naquela cidade, à montagem de sua peça O CAVALINHO AZUL, que representou o Brasil no CONGRESSO DA UNESCO, em Tel-Aviv.
           A partir de 1964, passou a dar um curso de improvisação n’O TABLADO.
          Na década de 1990, começou a dividir a direção de suas peças com sua sobrinha, CACÁ MOURTHÉ, que frequentou O TABLADO desde criança e foi aluna e assistente de direção, absorvendo o espírito e a liderança de MARIA CLARA.
No ano de 2000, MARIA CLARA escreveu, em parceria com CACÁ, a peça JONAS E A BALEIA, fazendo da sobrinha sua herdeira à frente d’O TABLADO.
           Apesar de mais conhecida como autora e diretora de TEATRO, MARIA CLARA também atuou como atriz, em várias peças do TEATRO O TABLADO e em outros grupos.  Foi assim que, em 1981, foi convidada a atuar na peça ENSINA-ME A VIVER, de COLIN HIGGINS, substituindo HENRIETTE MORINEAU, com direção de DOMINGOS DE OLIVEIRA.
           MARIA CLARA escreveu 27 peças infanto-juvenis e algumas para adultos.  Suas peças foram traduzidas para vários idiomas e montadas (ainda o são), diversas vezes, fora do Brasil.  Recebeu, por mais de uma vez, os prêmios MOLIÈRE, MAMBEMBE e COCA-COLASHELL, SACY, GOLFINHO DE OURO e o da ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS, dentre outros.
           Tendo dedicado toda a sua vida ao TEATRO, é comparada a autores como MARK TWAIN, HANS CHRISTIAN ANDERSEN e os irmãos GRIMM.  Sua obra é considerada, hoje, tão importante, para a dramaturgia infantil, quanto a obra de NÉLSON RODRIGUES o foi para a modernização da dramaturgia brasileira.
           Como disse CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE: Em Maria Clara, a escritora e a diretora coincidem com uma riquíssima organização humana, onde o fantástico janta na mesa do real e se comunicam naturalmente… o fantástico fica plausível, é um dado cotidiano, até corriqueiro.  E o real surge, desligado de seu peso, tantas vezes incomodo”.
           MARIA CLARA MACHADO faleceu no dia 30 de abril de 2001, mas deixou, a todos os seus admiradores e amigos, um valioso legado, especialmente voltado para o público infanto-juvenil. 
Criador e criatura
 
           Eis algumas de suas peças infanto-juvenis, várias, felizmente, publicadas por editoras brasileiras, algumas traduzidas para outros idiomas: 1953 - O BOI E O BURRO NO CAMINHO DE BELÉM; 1954 - O RAPTO DAS CEBOLINHAS; 1955 - PLUFT, O FANTASMINHA; 1957 - O EMBARQUE DE NOÉ; 1958 - A BRUXINHA QUE ERA BOA; 1960 - O CAVALINHO AZUL; 1961 - MAROQUINHAS FRU-FRU; 1963- A MENINA E O VENTO1965 - A VOLTA DO CAMALEÃO ALFACE; 1967 - O DIAMANTE DO GRÃO-MOGOL; 1968 - MARIA MINHOCA; 1969 - CAMALEÃO NA LUA; 1971 - TRIBOBÓ CITY1976- CAMALEÃO E AS BATATAS MÁGICAS; 1979 - QUEM MATOU O LEÃO?; 1981 - OS CIGARRAS E OS FORMIGAS; 1984 - O DRAGÃO VERDE; 1985 - APRENDIZ DE FEITICEIRO; 1992 - PASSO A PASSO NO PAÇO; 1994 - A CORUJA SOFIA; 1994 - TUDO POR UM FIO; 2000 - JONAS E A BALEIA (em parceria com CACÁ MOURTHÉ); 2004 - O ALFAIATE DO REI.
Peças Adultas: 1951 - A MOÇA DA CIDADE; 1963- REFERÊNCIA 345; 1966- AS INTERFERÊNCIAS; 1970- OS EMBRULHOS; 1970- MISS, APESAR DE TUDO, BRASIL; 1972- UM TANGO ARGENTINO.
 
Mas o foco do nosso refletor, nesta matéria, incide sobre CACÁ MOURTHÉ.  Vamos à entrevista:
Fachada de O TABLADO
 
O TEATRO ME REPRESENTA - MERDA! (OTMRM) - Quem foi MARIA CLARA MACHADO e quem é MARIA CLARA MACHADO MOURTHÉ (CACÁ MOURTHÉ), sua sobrinha?
CACÁ MOURTHÉ (CM) - MCM foi a mais importante dramaturga de TEATRO INFANTIL de sua época.  Podemos, tranquilamente,  compará-la  a NÉLSON RODRIGUES.  Fundou o GRUPO AMADOR DE TEATRO  O TABLADO e a escola de improvisação teatral O TABLADO.  Já ia me esquecendo de mim... (risos).  MCMMM é sua sobrinha e herdeira, de fato e de direito, e dá continuidade à sua obra.    
OTMRM - É impossível falar de TEATRO INFANTIL, no Brasil, sem que o nome de MARIA CLARA MACHADO seja o primeiro a ser lembrado.  O que o TEATRO INFANTIL deve, de verdade, à CLARA?
MC - MCM trouxe ao TEATRO INFANTIL dignidade.  Nas décadas de 50/60, o teatro para crianças era "infantiloide", menosprezava a inteligência da criança.  MCM trouxe, ao TEATRO INFANTIL, carpintaria teatral, poesia e humor; enfim,  trouxe uma boa dramaturgia.
OTMRM - Na década de 70, protagonizei um grande musical infantil, uma superprodução para a época, junto com REGINA DUARTE: DOM CHICOTE-MULA-MANCA E SEU FIEL ESCUDEIRO ZÉ CHUPANÇA, baseado no clássico de CERVANTES, escrita por OSCAR VON PFULL, cujo diretor, PAULO LARA, de São Paulo, tinha como lema uma frase: “TEATRO INFANTIL NÃO É IMBECIL.”.  Isso justificava a visão do grupo dirigido por ele, com relação a buscar a melhor qualidade possível, em todos os sentidos, na montagem de espetáculos para crianças.  Com exceção d’O TABLADO, onde isso sempre foi uma constante, você acha que esse lema e essa preocupação estão presentes, ainda hoje, na maioria das montagens de TEATRO INFANTIL?
CM – Infelizmente, não.  Em  PLUFT, O FANTASMINHA, quando ele diz que "gente é uma gracinha", sua mãe lhe responde: "Nem sempre, meu filho, nem sempre".  O TEATRO INFANTIL melhorou, mas, “nem sempre”, vemos essa preocupação nas produções.
Cacá, Maria Clara Gueiros e Cláudia Abreu (ensaio de PLUFT-2013)
 
OTMRM - De péssima, razoável, média, boa ou excelente qualidade, existem, simultaneamente, muitas montagens infantis no Rio de Janeiro.  E as crianças, levadas, em geral, pelos pais, mal ou bem, vão ao TEATRO, até atingirem uma idade em que os temas não lhes são mais de interesse.  Passam, então, a trocá-lo por outras atividades lúdicas, principalmente as ligadas ao mundo virtual, e só voltam a ser plateia alguns anos depois, em número reduzido.  Fica uma lacuna, já que quase não há peças para adolescentes.  Você não acha que os produtores e diretores deveriam investir mais no público dessa faixa etária, para garantir as plateias do futuro?
CM - Acho sim, e isso me faz lembrar o meu amigo CARLOS WILSON DA SILVEIRA (DAMIÃO), que, na década de 80, fez  várias peças para jovens, com muito sucesso.  Dentre elas: OS DOZE TRABALHOS DE HÉRCULES, OS TRÊS MOSQUETEIROS e OS MENINOS DA RUA PAULO.  Eram produções grandes, nem sempre com patrocínio, mas sempre  com muita criatividade.
OTMRM - Você é aquela profissional de TEATRO que se pode dizer que “bate o escanteio e corre para cabecear e marcar o gol”.  Ou seja, atua em várias atividades, como atriz, diretora, professora, dramaturga...  Em qual desses trabalhos você sente mais prazer e realização?  
CM - Jogo em todas as posições... (risos).  Depende da época.  Já me senti bem atuando, gosto muito de dar aulas e dirigir, mas, no momento, estou adorando escrever.  Estou trabalhando no roteiro do filme PLUFT, O FANTASMINHA.
PLUFT-2013
 
OTMRM - Qual a diferença básica, mais marcante, entre o público infantil e o adulto?
CM - O adulto, quando não gosta da peça, sorri e dá os parabéns, e a criança não.
            OTMRM - De quem, da nova geração de dramaturgos infantis, você acha que a CLARA, tia, se orgulharia?   
CM - De mim (risos).  Tem muita gente boa:  DANIEL HERZ, CARLOS CARDOSO, KAREN ACIOLY, BERNARDES, AS MARIAS DA GRAÇA, MÔNICA BIEL e sei lá...  Melhorou muito.
OTMRM - Com a sua vida centrada n’O TABLADO, sobra tempo para assistir a espetáculos de outros colegas?  O que a impressionou mais nos últimos tempos, nos palcos, com relação a TEATRO INFANTIL?
CM Sinceramente, não sobra muito tempo para ver.
            OTMRM - A atual montagem de PLUFT, O FANTASMINHA conta, no elenco, com grandes nomes do TEATRO, posteriormente tornados conhecidos pela TV.  São todos “crias” d’O TABLADO?  De quem foi essa genial ideia e por que ela surgiu?
PLUFT-2013
 
CM - São todos crias d’O TABLADO.  Essa é uma estória antiga, entre LOUISE CARDOSO, CLÁUDIA ABREU e eu.  Passamos anos, dizendo que faríamos uma montagem com essa configuração, até que, em 2003, desencantou e montamos PLUFT.  Esta montagem, agora em 2013, é comemorativa dos dez anos  da última.
            OTMRM - Você tem uma larga experiência, prática, de psicanálise, como paciente.  Como isso lhe serviu, ou ainda serve, no exercício do seu trabalho, em qualquer que seja a área de atuação?
CM - Pesquisar a si mesmo, para se conhecer melhor e se compreender, é também compreender melhor o mundo que nos cerca.  Quanto mais me descubro, mais liberdade e intimidade tenho para criar.
            OTMRM - Que “ingredientes” são necessários para se criar um bom texto infantil?
CM - Vou te responder, não te respondendo.  Os mesmos “ingredientes” para fazer um bom texto adulto. 
OTMRM - O TEATRO INFANTIL deve ser mais para entretenimento ou didático?
CM - Deve ser lúdico.
            OTMRM - Existem temas com os quais as crianças mais se identificam ou aceitam?  Quais seriam eles?
Pluft-2013
 
CM - Não sei, depende.  Isso é sempre uma surpresa.  Em A VIAGEM DE CLARINHA, texto que adaptei e que teve muito sucesso, neste verão de  2013, no Teatro Tom Jobim, tinha de tudo, desde falar que devemos escovar os dentes até questões mais existenciais, como a Clarinha (personagem central) ser representada por duas atrizes muito diferentes e que, no final, se harmonizam.  A estória da peça fala da viagem solitária dessa menina pelo mar, de seus aprendizados e de seu crescimento até chegar, novamente, a casa.  Era uma peça itinerante, em que as crianças participavam, entrando pelo cano, junto com a personagem, passeando pela floresta etc..  Deu certo, mas não sei te dizer por quê.
            OTMRM - Desde sua infância, O TABLADO é uma espécie de quintal da sua casa.  Você sempre soube que a CLARA tinha em mente transferir para você a enorme responsabilidade de dar continuidade ao trabalho dela.  No momento em que isso teve de acontecer, como você reagiu e como se sente hoje, à frente desse celeiro de grandes profissionais, dessa fábrica de sonhos, dessa referência para o TEATRO INFANTIL?
CM - Já sofri muito; agora me sinto em casa!
            OTMRM - O TABLADO forma, basicamente, atores, embora alguns, depois, se revelem em outras áreas do TEATRO, como diretores, produtores...  Há alguma ideia de criar cursos para cenógrafos, figurinistas, iluminadores, por exemplo?
CM – N’O TABLADO, o aluno que se interessa e aproveita as ocasiões pode ser assistente de grandes nomes no teatro.  Por exemplo, o menino que tem interesse por luz tem a possibilidade de virar várias noites, montando luz com o JORGINHO DE CARVALHO (grande iluminador, outra cria d’O TABLADO).  A KALMA MURTINHO formou vários figurinistas, que, hoje, estão trabalhando por aí.
Pluft-2013
 
OTMRM - Lembro-me de filas imensas, na calçada do prédio do teatro, já no dia anterior ao das inscrições para novos alunos d’O TABLADO.  Esse fenômeno ainda existe?
CM Não.  Mesmo antes de a CLARA falecer, já tínhamos acabado com isso. Não gosto dessa  ideia de “quem chega primeiro e vira a noite na fila consegue entrar”. Hoje, a procura continua grande e, talvez, até maior que antes, porém fazemos as inscrições durante uma semana.  O aluno preenche um questionário, que passa por uma seleção.  Se o número de vagas, ainda assim, for menor que o de selecionados, fazemos um sorteio.  Acho esse formato menos espetaculoso, mas é mais justo .
OTMRM - Antigamente, os pais torciam o nariz, quando os filhos manifestavam o desejo de trabalhar em TEATRO.  Hoje, ao contrário, são seus maiores incentivadores.  O que mudou de antes para agora?  Por que houve essa “inversão de valores”?
CM - Virou moda, sei lá.  Conforme disse ANDY WARHOL“ No futuro, toda gente será famosa durante quinze minutos”.
OTMRM - Há limite de idade para se ingressar n'O TABLADO?
CM - Não há limite de idade.  No ano retrasado, dei aula para adultos e tive um aluno com 93 anos.
            OTMRM - Desde que comecei a frequentar O TABLADO, há umas três décadas, levando meus filhos (hoje, levo os netos e isso, para mim, é muito lindo e comovente), já assisti, lá, a espetáculos excelentes, não direcionados ao público infantil, e que, posteriormente, encenados em outros palcos, fizeram boa carreira.  O PLUFT tem tudo para ser um desses.  Há projetos de uma “viagem” dele para outros teatros do Rio?
CM - Estamos querendo, mas precisamos de patrocínio.  Você acredita que não tivemos patrocínio para essa montagem?
OTMRM - O TABLADO jamais poderá ser transformado num “tabladão”, que pudesse receber um maior número de alunos (procura é o que não falta), em função das limitações de espaço físico.  Por outro lado, a sua transferência para outro local, de maiores proporções, seria considerada uma heresia, um atentado à saudosa e inesquecível memória da CLARA.  Há algum projeto de um “anexo” do TABLADO ou de parcerias com outros espaços, para que pudessem ser ampliadas as atividades desse ícone do TEATRO INFANTIL brasileiro?
CM - Já fizemos uma parceria com o SESC há uns anos atrás, e foi bom!
PLUFT-2013, saboreando pastéis de vento.
 
OTMRM - Você pode dizer quantos alunos frequentam, hoje, as aulas d’O TABLADO e como funciona o curso, em termos de horários, disciplinas, níveis...?
CM - Como diria a Vânia, amiga da CLARA, e que ficou anos na recepção d’O TABLADO, “É um curso livre”.  Hoje, com três anos  consecutivos de curso, o aluno pode se sindicalizar.  Quem tiver interessado em saber dos horários é só entrar no nosso site: www.otablado.com.br
            OTMRM - PLUFT é o seu “primo” preferido, já que é filho de sua tia, aquele “primo-irmão”, ou qual seria o texto da CLARA de que você mais gosta?
CM - PLUFT, A MENINA E O VENTO, O CAVALINHO AZUL e TRIBOBÓ CITY.
            OTMRM - Além de dirigir O TABLADO, o que já é uma tarefa hercúlea, você ainda consegue tempo para dar aulas nos cursos?
CM - Tenho duas turmas.
            OTMRM - É fácil encontrar patrocínios e apoios para montagens de TEATRO INFANTIL, não especificamente para as produções d’O TABLADO, mas para todas, de uma forma geral?
CM - Não, é difícil.  Não conseguimos patrocínio para o PLUFT.  Patrocínio é difícil para todos,  principalmente em época de Copa do Mundo.
OTMRM - O TABLADO consegue sobreviver só com a sua receita ou recebe verbas e/ou patrocínios fixos?
CM - Passei anos colocando dinheiro do bolso.  Agora, fazemos assim: quando conseguimos juntar um dinheirinho ou quando ganhamos um patrocínio, montamos uma peça; senão deixamos  para o próximo ano.
OTMRM - É preciso formar as futuras plateias de TEATRO.  Você não acha que os governos, municipal e estadual, deveriam investir na área do TEATRO INFANTO-JUVENIL, ajudando nas produções e patrocinando montagens em teatros das redes municipal e estadual, para que as escolas públicas pudessem proporcionar a seus alunos essa grande experiência?  A maioria das crianças que estudam nessas escolas jamais foi a um TEATRO.  Já existe alguma coisa nesse sentido?  
CM - Não sei se tem.  Isso depende muito da orientação das Secretarias de Educação do país.   A ideia é ótima.
            OTMRM - O que mais você gostaria de dizer aos adultos, com relação ao TEATRO INFANTIL e a suas crianças? 
CM - Gostaria de dizer aos adultos que TEATRO INFANTILEDUCAÇÃO são assuntos muito sérios... (risos)
  
O Boi e o Burro no Caminho de Belém
 
 
A Bruxinha Que Era Boa
 

O Cavalinho Azul
 

PLUFT (montagem antiga)
 
 
A Menina e o Vento
 
 
Maroquinhas Fru-Fru
 
 
Quem Matou o Leão?
 
 
Tribobó City
 
 
Jonas e a Baleia


 
(Fotos extraídas do site do Teatro O TABLADO)
 
 
           No momento em que fechávamos esta matéria, ficamos sabendo que PLUFT, O FANTASMINHA, que encerrou, recentemente, uma brilhante e concorrida temporada n'O TABLADO, recebeu as seguintes indicações para o PRÊMIO ZILKA SALABERRY, para TEATRO INFANTIL:
MELHOR ESPETÁCULO;
MELHOR ATRIZ (CLÁUDIA ABREU);
MELHOR CENÁRIO (RONALD TEIXEIRA e FLÁVIO GRAFF);
MELHOR FIGURINO (RONALD TEIXEIRA);
MELHOR ILUMINAÇÃO (JORGINHO DE CARVALHO); e
MELHOR PRODUÇÃO (O TABLADO).
 
           CACÁ MOURTHÉSYMONE STROBEL ainda foram indicadas para o prêmio de DIREÇÃO, por A VIAGEM DE CLARINHA.

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