sábado, 7 de março de 2015


COMO É QUE PODE?

 

 

 

(PODENDO...)

 

 


Fachada do Teatro do Leblon – Sala Tônia Carrero.

 

 

COMO É QUE PODE? 

 

Essa é a pergunta que todos se fazem, depois de testemunhar um número de mágica ou ilusionismo, duas atividades distintas, que, para mim, como leigo, sempre soaram como sinônimas. 

Desde pequeno, deixo-me fascinar por esse tipo de arte.  Quando ia a circos, ficava ansioso pela apresentação do mágico, profissional que tem o poder de encantar gente da mais tenra idade até os mais idosos.

Poderia até me considerar suspeito para falar sobre GABRIEL LOUCHARD e seu trabalho, pelos profundos laços afetivos que me unem a ele e à sua família, mas sei muito bem manter a distância que deve existir entre um amigo e um “crítico”.

Conheci GABRIEL num dos momentos mais críticos de sua vida, se não tiver sido, até agora, o maior de todos, e aquele dia foi muito marcante na minha vida, porque pude conhecer, além do excelente artista, uma magnífica pessoa, um pequeno/grande homem, um estupendo ser humano, chamado GABRIEL LOUCHARD.

O espetáculo COMO É QUE PODE?, escrito pelo próprio GABRIEL e por MURÍCIO RIZZO, com direção de LEANDRO HASSUM, estreou no dia 2 de setembro de 2011, no Teatro dos Grandes Atores, num “shopping” da Barra da Tijuca, em horário alternativo, e, em pouquíssimo tempo, se tornou um enorme sucesso de público e de crítica, com casas lotadas, com lotação esgotada, muitas vezes, como até hoje. 

três anos e meio isso vem acontecendo, em salas com capacidade variando entre 400 e 1000 lugares, em média, por todo o Brasil e até mesmo no exterior (Estados Unidos).  Até agora, GABRIEL já foi calorosamente aplaudido por mais de 200.000 pessoas.

 

 

 


O baralho...

 

 


...sempre faz parte do material dos mágicos.

 

 

 


Ilusionismo.  Número muito intrigante.  COMO É QUE PODE?

 

 

 

            É difícil encontrar uma classificação para o trabalho de GABRIEL, que, além de mágico, é, também, ator, modelo, garoto de programa...  Mentira; modelo ele não é, não (primeira piada do roteiro). 

O espetáculo é vendido como um misto de “stand-up” e “show” de mágicas, porém tal classificação não me satisfaz, uma vez que, para ser “stand-up comedy”, não deveria haver texto nem cenários ou objetos de cena, o que está presente em COMO É QUE PODE?, apesar dos muitos momentos de improvisação, também, e de a cenografia e os objetos de apoio, em cena, serem bem poucos.  Por outro lado, não é apenas um “show” de mágicas, porque os números de magia e ilusionismo estão inseridos num contexto textual e são intercalados por pequenos monólogos, histórias fictícias, que GABRIEL, com seu talento de ator e muito carisma, faz com que pareçam verdadeiras.

            Não importa o nome que se deve atribuir a COMO É QUE PODE?.  O importante é assistir ao ESPETÁCULO e se divertir muito com ele. 

Essa diversão é garantida.  Não é à toa que centenas de pessoas já assistiram a ele mais de uma vez.  Eu perdi a conta das vezes em que aplaudi, de pé, esse grande artista.  E, mesmo conhecendo, de cor, todo o roteiro do espetáculo, não houve uma vez em que eu deixasse de rir das situações desfiladas em cena.  GABRIEL costuma brincar comigo, dizendo que eu já vi dezenas de vezes a “peça”, para tentar entender as piadas, e voltarei sempre, até que as entenda, um dia.  Mas a verdade é ( e ele sabe) que, para mim, é uma grande alegria e emoção revê-lo em cena.

            O espetáculo é construído com uma estrutura bem simples, de cenário, figurino e iluminação.  Esses elementos, tão importantes numa peça de TEATRO, em COMO É QUE PODE?, não têm grande importância, para o produto final, embora sejam muito bem cuidados e contribuam, é claro, para o destaque do trabalho do mágico/ator ou ator/mágico.

            São utilizados recursos de projeção, de dois pequenos vídeos, muito bem produzidos, que levam a plateia ao delírio. 

O primeiro deles, iniciando o espetáculo, antes de GABRIEL assumir os trabalhos, fala da trajetória do artista, que, aos dez anos, se iniciou no campo da magia; aos doze, já trabalhava profissionalmente; e de como foi conquistando fama.  MAURÍCIO RIZZO é o apresentador e contador dessas histórias.  Ainda nesse vídeo, há depoimentos de anônimos, como Guilherme Rodrigues, o pai de GABRIEL, contando, de forma jocosa, como tomou conhecimento dos “poderes mágicos” do rebento, e de celebridades, seus amigos (Bruno Gagliasso, Patrícia Pilar e Thiago Lacerda), que falam, também, com um excelente humor, do “maior artista do mundo”, e que são hilários. 

O outro antecede o momento em que será convidado um homem da plateia, para participar de um número “muito perigoso”.  O vídeo é exatamente sobre “instruções para voluntários da plateia”.  Igualmente engraçadíssimo, com mérito para todos os atores que dele participam.

            Interessante é que GABRIEL propõe um “teatro metalingüístico”, uma vez que utiliza o próprio universo dos mágicos e ilusionistas para desenvolver seus temas.  O TEATRO e a magia dentro do TEATRO e da magia.

            Por quatro vezes, durante os 75 minutos de duração do espetáculo, alguém da plateia é convidado a subir ao palco, para participar de um número, entretanto ninguém é obrigado a fazê-lo.  GABRIEL brinca com as pessoas de forma respeitosa e, até hoje, não houve nenhum episódio de recusa ou de alguém que se incomodasse com as brincadeiras.

 

 

 


Tensão: o número da guilhotina.  Truque perfeito e sensação de realismo.

 


 


Em pequenos ou grandes espaços, para limitadas ou ilimitadas plateias, o espetáculo sempre funciona muito bem.

 

 

 


A plateia participa, se desejar, no palco, e é recompensada, ao final do espetáculo, com um “mimo”.

 


 

            Para auxiliá-lo em cena, GABRIEL conta com a participação de um “ajudante”, um assistente de palco, homem, segundo ele mesmo, bem diferente de todas aquelas mulheres “gostosas”, assistentes de mágicos, que se apresentam em trajes mínimos, rebolando-se e contorcendo-se, “parecendo que querem dar pro mágico”.  Seu ajudante, vestido todo de preto, é o ROBSON, nome real do rapaz e que se tornou, também, um personagem, sisudo e sempre de “mau humor”, para contrastar com a explosão de alegria do mágico. ROBSON, segundo BIEL (como os amigos o tratam carinhosamente), veio de uma cidade tão pequena, do interior de Minas Gerais, que, lá, “até a única prostituta da cidade é virgem”.  Esse é o nível (bom) do humor do texto deste espetáculo.

 

 

 


Robson em cena.

 

 


Robson, antes de ter sido “resgatado e salvo”, por Biel, num “lixão”.

 

 

 


Robson, o fiel escudeiro de Gabriel Louchard.  Criador e criatura.

 

 

 

            Há, ainda, um outro assistente de palco, DANIEL CHAGAS, mas este é uma surpresa, que eu não haveria de tirar daqueles que me leem e que, ainda, não viram o espetáculo.


 

 

 


Daniel Chagas.

 

 

 

            O meu momento de maior interesse no espetáculo é quando GABRIEL simula o que acontecia quando ele fazia “shows de mágica” em festas infantis, do que, aliás, ele, hoje, não gosta; aliás, DETESTA.  Com o palco totalmente nu (EU DISSE: “O PALCO”.), ele “contracena” com crianças invisíveis, convidadas para a festinha, e chega a um nível de estresse tão grande, que o leva a atitudes “politicamente incorretas”, xingando e maltratando as crianças, vingando-se delas, o que, é claro, provoca as maiores gargalhadas na plateia.

 

 

 


Sequência da cena da festa infantil 1.

 

 


Sequência da cena da festa infantil 2.

 

 


Sequência da cena da festa infantil 3.

 

 

 

            GABRIEL é “elétrico”, hiper, ultra, superativo, e superlativo.  Parece estar, constantemente, ligado a uma tomada de 220 volts.  O seu “timing” para dizer o texto, fazer as piadas e se movimentar em cena é fantástico.  A plateia não consegue piscar, diante de tanta agitação. 

Isso, ainda por cima, vem aliado a seu imenso poder de improvisação.  Num espetáculo desse tipo, é comum que surjam intervenções de pessoas da plateia, inconvenientes, às vezes, que “querem aparecer mais que o artista” (“O show é meu”, lembra GABRIEL.), as quais, de forma magistral, ele aproveita, dentro do contexto do momento.  E tudo fica, e acaba, bem.

            COMO É QUE PODE? ganhou o Prêmio FITA de Teatro 2013, como Melhor Espetáculo de Comédia – Júri Popular, e, segundo a Revista Veja-Rio, foi relacionado entre as 10 melhores peças de teatro em cartaz.

 

 

 


Troféu merecido.

 

 

 

           
Eis alguns depoimentos de pessoas famosas sobre o trabalho de GABRIEL LOUCHARD:
 
“O GABRIEL é uma espécie de sobrinho.  Um dia, não sei quando, ele passou a se interessar pelos mistérios da mágica.  E tanto se meteu nisso, por conta própria, que acabou se tornando, certamente, o mágico profissional mais jovem do Brasil.  Aos doze anos, já se apresentava ao público – imagine: como profissional! – e foi se aprimorando de tal maneira, que já tem números que são da sua criação exclusiva.  Se bobear, ele vai acabar levitando, de verdade.” (Ziraldo)
 
“O GABRIEL é fantástico, ele sabe se apresentar.” (Jô Soares, no Programa do Jô)  (Detalhe: GABRIEL já se apresentou duas vezes, com o maior sucesso, no Programa do Jô; a primeira vez, aos 16 anos, como “o mais jovem mágico profissional do Brasil”.)
 
“O GABRIEL é um talento a ser observado por todos.  Primeiro, porque é, além de mágico, um bom e competente músico de MPB.  Segundo, porque, como mágico, é um verdadeiro feiticeiro: encanta e cativa todo mundo pela simpatia, pela desenvoltura e, sem dúvida, pelas mágicas criativas que é capaz de fazer. (Ricardo Cravo Albin)
 
“O GABRIEL é muito bom.  Ele faz mágicas nas ruas, sem truque algum, somente com as mãos.” (Otávio Mesquita)
 
“Tenho acompanhado a carreira do GABRIEL e vejo que, cada vez mais, ele se destaca, no panorama artístico brasileiro, como um grande mágico e ator. (SIRON FRANCO)
 
“Conheço o BIEL desde muito pequeno.  Sempre falante e engraçado, ele se encantou pela arte da mágica e, hoje, é, sem dúvida, o mágico mais talentoso a que já assisti. (Lan)
 

 

 

COMO É QUE PODE? é um espetáculo diferente de tudo o que você já viu até hoje, motivo pelo qual eu o recomendo, na certeza de que você, paciente leitor, terá vontade de voltar e, no mínimo, vai recomendá-lo a seus amigos e omiti-lo aos inimigos (Eta, piada velha!  E chata!!!)

 

 

 


Um dos números mais surpreendentes e impactantes do espetáculo.  Completamente amarrado, o mágico veste uma jaqueta, recolhida na plateia, e que lhe é colocada sobre os joelhos, sem se desamarrar.  Termina amarrado, como estava antes, sobre a jaqueta, agora vestida.  COMO É QUE PODE?

 

 

 

 
FICHA TÉCNICA:
 
Autor: Gabriel Louchard e Maurício Rizzo
Direção: Leandro Hassum
Mágico e Ator: Gabriel Louchard
Iluminação: Wilson Reiz
Figurino: Paulo Barbosa
Cenário: Fernando Alexim
Trilha Sonora: Marcelo H
Assessoria de Imprensa: Palavra Assessoria em Comunicação
Trilha Sonora: Marcelo H
Assistentes de palco: Robson Lima e Daniel Chagas
Assistente de Produção: Nabir Rachid
Realização: Sayd Empreendimentos Culturais (Sérgio Sayad)
 

 

 

 


Este aparelho fazia parte do número final.  Para evitar qualquer inconveniente para a plateia, o número foi substituído...

 

 

 

 


...por este, de enorme beleza e lirismo.

 

 

 

 
SERVIÇO:
 
TEATRO DO LEBLON – SALA TÔNIA CARRERO – Rua Conde Bernadotte, 26
Temporada: Até 29 de março.
Horários: 6ª feira e sábado, às 21h; domingo, às 20h.
Valor do Ingresso: 6ª feira: R$60,00; sábados e domingos: R$70,00.
Recomendação etária: 12 anos.
Estacionamento no local.
 

 

 

 

 

 

(FOTOS: PRODUÇÃO e DIVULGAÇÃO)

 

 

 

 

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