sexta-feira, 4 de março de 2016


CINCO JÚLIAS




(E MAIS DE CINCO MOTIVOS
PARA IR AO TEATRO.)






            Assisti ao espetáculo e, logo, no dia seguinte, extremamente feliz, postei, numa rede social, isto, que seria o embrião desta crítica:


CINCO JÚLIAS
Um espetáculo que pode ser rotulado como uma AÇÃO ENTRE AMIGOS
Uma bela ação!!!
Belíssima!!!
Um jovem, muito jovem mesmo (28 anos), talentoso cineasta, dramaturgo, ator e diretor, um GÊNIO, chamado MATHEUS SOUZA, escreve e dirige um ótimo texto e o monta, SEM PATROCÍNIOS, valendo-se apenas de algumas colaborações de quem acreditou no projeto, junta-se a um grupo de amigos (Confia neles, Matheus! São teus amigos mesmo!) e, com muita coragem e determinação, monta um espetáculo, que veio para ficar: “CINCO JÚLIAS”, cuja estreia, para convidados, foi ontem (15/2/2016), no Teatro das Artes (Shopping da Gávea).
O espetáculo tem a cara daquele teatro, onde já se apresentaram várias peças do gênero desta, e tenho a certeza de que será um sucesso (NA VERDADE, JÁ O É, DESDE ONTEM.) e fará uma bela e longa temporada.
Apesar de recomendado a todas as faixas etárias (Ontem, rejuvenesci 50 anos, em duas horas. Senti-me um garotão, de 16.), a peça é mais direcionada ao público jovem, para o qual, infelizmente, muito pouca coisa, de boa qualidade, é produzida.
Mas será curtida por todos, das crianças aos velhinhos (a galera das vans).
O espetáculo é uma delícia!!!
Leve, divertido, com humor inteligente, lindas canções, interpretadas, de forma magistral, por cinco excelentes “cantrizes”, com destaque para MALU RODRIGUES e CAROL GARCIA, para o meu gosto, embora as cinco cantem muito bem.
Só mesmo com muito talento e amor ao TEATRO, é possível levantar um espetáculo como “CINCO JÚLIAS”, com pouco dinheiro.
Estão de parabéns todos os que participam do projeto: MATHEUSMALU, CAROL, BRUNA HAMÚ, ISABELLA SANTONI, GABI PORTO, os rapazes da banda (excelentes) PABLO PALEOLOGO (ótima direção musical), ANA PAULA BOUZAS (direção de movimento e coreografias), MIGUEL PINTO GUIMARÃES (cenário), JOÃO LAMEGO (figurinos), RODRIGO BELAY (desenho de luz), EDUARDO CHAMON (criação de vídeos e projeções - incríveis), TATIANNA TRINXET (direção de produção)... (Espero não ter esquecido ninguém, mas, certamente, isso aconteceu.)
Sintam-se todos abraçados!






Houve comentários, elogiosos - ainda bem - à minha “crítica”, que não era, na verdade, ainda, a crítica à peça. O que farei, agora, é expandir, detalhar, o que já falei sobre ela.


Um pouco do “release”, com adaptações, enviado pela assessoria de imprensa (Leila Meirelles): “E se todos os seus segredos fossem revelados de uma vez só? Se todos os segredos de todas as pessoas do planeta fossem revelados da noite para o dia? O que aconteceria com nossas vidas?” Essas e muitas outras questões são o pano de fundo para o musical “CINCO JÚLIAS”.


Antenado com o universo  desta nova geração, MATHEUS SOUZA traz as dores e as delícias da Internet. Um mundo que aproxima e reúne a juventude em ‘likes’, seguidores, ‘snapchats’ e afins, mas que, por isso mesmo, expõe as intimidades alheias num grau quase impublicável.


ISABELLA SANTONI, MALU RODRIGUES, BRUNA HAMÚ, CAROL GARCIA e GABI PORTO protagonizam essa história, cheia de reviravoltas e questões latentes dessa geração, acompanhadas por cinco músicos, que tocam, ao vivo, um repertório, baseado no iPod do próprio diretor. Radiohead, Arcade Fire, Bjork, LCD Soundsystem e outros artistas, que redefiniram a música nos Anos 2000, embalam o musical, como uma “playlist” criada para traduzir a Geração Z.







SINOPSE (com algumas interferências minhas):
Um grupo de “hackers” invadiu a base de dados das principais redes sociais do mundo, acessando as mensagens privadas de todos os usuários do planeta. Impossível? O TEATRO possibilita tudo.
Criaram, então, um “site”, chamado “uLeaked.com”, no qual publicaram todas essas informações.
“E-mails”, “WhatsApp”, “Facebook, os ousados “nudes” e históricos de navegação “online” escancarados, expostos, sem censura, sem limites, sem nenhum pudor ou respeito à privacidade alheia, alimentando a insaciável fome de “voyeurs” virtuais.
O fim de todos os mistérios, ali, para quem quiser ler: praticamente toda sua intimidade num “outdoor on line”.
O acaso faz com que cinco jovens, coincidentemente batizadas como o nome de JÚLIA, aqui reconhecidas numericamente (1, 2, 3, 4 e 5) se encontrem (Já disse que o TEATRO possibilita tudo.) e, visivelmente, perturbadas, em relação ao andamento de suas vidas, a partir daquele “desastre”, resolvem fazer uma aliança, para, juntas, criar forças e tentar resolver seus dramas existenciais, agora não só pertencentes a elas, em função da falta de privacidade imposta pelos referidos “hackers”.
Tentando se proteger, em vão, do horror dessa agressiva invasão de privacidade,  as cinco se refugiam num motel, imaginando a repercussão de seus segredos revelados, dando início a uma série de interessantes e surpreendentes trocas.
Todo esse fenômeno, que flerta com a ficção científica, é apenas o pano de fundo para mergulharmos na vida de cinco meninas, fugindo de seus segredos revelados.
"CINCO JÚLIAS" amalgama os dilemas clássicos da juventude com os contemporâneos, ainda pouco explorados na literatura nacional.
 
Surpresas, traições, amores, crimes, sonhos, revoluções. O que acontece com o mundo, quando a verdade está em evidência e transparência?







            Parti para o Teatro das Artes, numa noite de 2ª feira, já “preparado”, por alguns amigos envolvidos no projeto, do autor/diretor a amigas do elenco e outros profissionais, para ver um espetáculo “modesto, sem muitas pretensões, uma brincadeira entre amigos”.


E não foi isso o que eu vi.


Nem todos, na verdade, sabem da dimensão do que preparam, para apresentar a um público. Assim como existem os que “se acham”, que, embora com boas intenções, acabam por levar ao palco espetáculos medíocres, pensando que estão nos proporcionando “o máximo”, há os que, com toda humildade, mas com muito talento e entrega ao que fazem, sobem ao palco e nos encantam, com um produto final de excelência, como é o caso de “CINCO JÚLIAS”, cuja produção todos acham que custou muito além do real orçamento da peça.


Custou, sim, talento, amor, sacrifício, coragem, dedicação, moedas muito mais fortes e valiosas que os cifrões. É a única coisa que pode justificar um espetáculo honesto, limpo, com elementos tecnológicos que funcionam, a tempo e a hora, mesmo num dia de estreia, quando algumas falhas são comuns.


            MATHEUS SOUZA é um artista de invejável sensibilidade, que consegue transformar emoções e sentimentos em palavras e mensagens, em tudo o que escreve, de forma fluida, acessível a todos, principalmente o chamado público “teen”, que o tem como uma espécie de jovem “guru”. Como cineasta, já é respeitado, pelo grande e premiado “Apenas O Fim”, seu primeiro longa-metragem, e “Eu Não Faço A Menor Ideia Do Que Tô Fazendo Com A Minha Vida”, título genial. Em 2014, escreveu, dirigiu, produziu e protagonizou o seu terceiro filme de longa-metragem: “Tamo Junto”. Para o cinema, também escreveu o roteiro de “Confissões de Adolescentes – o Filme”.




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Matheus Souza.



No TEATRO, já provou que entende do assunto, como dramaturgo, ator, diretor e até compositor de trilha sonora. Quem não se lembra de “Stand Up” e “As Coisas Que Fizemos E Não Fizemos”, por exemplo?  


Ainda consegue brilhar na TV, como roteirista, contratado, até hoje, pela TV Globo, e como colunista do jornal O Globo, de 2010 a 2014.


Uma das marcas registradas, em seus trabalhos, corresponde a reflexões que faz sobre sua própria geração, mergulhando em relações amorosas, como fio condutor de sua narrativa, sem didatismo ou tom professoral. Creio que esse seja o grande trunfo, para o seu sucesso: escrever, acessivelmente, para conquistar um público tão carente de bos textos, embora atinja, tamabém, facilmente, gerações mais velhas. A mim, totalmente.


MATHEUS está na “top list” dos granfes talentos de jovens dramaturgos brasileiros ce hoje, ao lado de Jô Bilac, Renata Mizrahi, Júlia Spadaccini, Diogo Liberano, Pedro Kosovski, Daniel Porto, Daniela Pereira de Carvalho e tantos outros. Sua indiscutível inteligência faz dele um intelectual, sem ser “chato”, um intelectual “pop”. Às vezes, as falas de seus personagen – e isso acontece nesta peça – são um pouco extensas, mais sob a forma de reflexões ou solilóqiuios, mesmo, mas são tão bem escritas, que ninguém se perde e consegue acompanhar, prazerosamente, o que o/a personagem vai dizendo.




Matheus e o elenco.


Para ser, realmente, justo nos meus comentários, como é do meu feitio, faço uma sugestão, ao autor/diretor, no sentido de que o texto possa ser um pouco mais enxuto, reduzido em, pelo menos, uns vinte minutos, para acabar com algumas “barrigas”, que percebi, desnecessárias, então, por conta de algumas repetições, o que, se feito, poderá tornar o espetáculo melhor do que já é, com 120 munutos de duração, no formato atual.


Na função de diretor de sua própria obra, MATHEUS demonstra muita competência, quer na escolha de seu elenco e dos profissionais que o cercam, quer na exploração do potencial de cada atriz, naquilo que cada uma tem de melhor, quer nos recursos utilizados nas passagens de cenas, fugindo ao esquema tradicional, quer no dinamismo que emprende às ações, quer no bom gosto estético, ao fazer um amplo uso de recursos tecnológicos, que valorizam, plasticamente o trabalho. Aprovadíssimo!    


Com relação ao elenco, que lindas e talentosas “cantrizes”! Três, ainda que bem jovens, já com bastante experiência no teatro (MALU RODRIGUES, GABI PORTO e CAROL GARCIA), principalmente em musicais, e duas estreantes, oriundas da TV (ISABELLA SANTONI e BRUNA HAMÚ), que começaram sabendo onde pisam.


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As CINCO JÚLIAS.



Obedecendo ao critério de ordem alfabética, comecemos por BRUNA HAMÚ, a JÚLIA 2, uma das estreantes no palco, depois de uma carreira brlhante de modelo e de ter protagonizado um dos programas de grande apelo popular, entre a garotada, que é “Malhação”. Sua personagem, nesta peça, estava tendo um caso com o “ex” da melhor amiga, em sigilo. Achava que ele não tinha outras. Depois de saber que era mais uma, de várias, além da “titular”, e de rompida a relação clandestina, teve suas fotos publicadas, na internet, pelo tal rapaz. Então, todos passaram a saber da relação, inclusive seu ex-namorado, com quem ela nunca havia transado. Diz que sempre se apaixona pela pessoa errada. Foi expulsa de casa, pelo padrasto, que tratava a mãe dela super mal.


Como atriz, deve se dedicar, mais e mais, ao estudo da interpretação teatral, já que, pelo que demonstrou em cena, parece que sabe “fazer a coisa”, mas pode alçar maiores voos, o mesmo em relação ao canto. Para uma estreante, e numa sessão para convidados (colegas de profissão e imprensa), saiu-se bem.


CAROL GARCIA (JÚLIA 3), é um dos destaques da peça. Com boas experiências na TV, seu grande destaque, no TEATRO, está ligado à sua atuação no excelente espetáculo “As Bodas de Fígaro”, dirigido por Daniel Herz, que fez grande sucesso, de público e de crítica, em temporadas que se estenderam de 2014 a 2015, vencedor de vários prêmios. Naquela peça, CAROL demonstrou ser uma atriz de múltiplas qualidades, interpretando, cantando e tocando vários instrumentos musicais. Esses recursos também foram explorados pela direção, em “CINCO JÚLIAS”, e CAROL GARCIA corresponde à altura.


Sua personagem vive o drama de ser exposta à crítica de uma sociedade “certinha”, por suas reveladas, e reiteradas, traições (21 vezes, exatamente) ao namorado “que eu amo tanto”. A partir da ação dos “hackers”, certamente, ele já teria tomado conhecimento das “chifradas”.


Por conta de achar muito “natural e normal” suas “puladas de cerca”, e por outros pensamentos, a JÚLIA 3 é responsável pelos melhores momentos de humor. Sua personagem mistura burrice com ingenuidade, num certo tom, e consegue uma comunicação imediata e muito forte com a plateia, arrancando gargalhadas e aplausos em cena aberta. Fico muito feliz com isso, por se tratar de uma moça que valoriza a profissão e, para ela, nasceu. Muitos aplausos para CAROL GARCIA!




Carol Garcia.



GABI PORTO (JÚLIA 1) já pode ser considerada bem experiente nos palcos, em musicais, já tendo participado de espetáculos que foram grande sucesso, como “Godspell”, “Todos Os Musicais de Chico Buarque em 90 Minutos”, “Os Saltimbancos Trapalhões” e “Tudo Por Um Popstar”.


Em “CINCO JÚLIAS”, sua personagem sabe que tem pouco tempo de vida, em função de um tumor cancerígeno no cérebro, o que a faz reunir todas as sua forças no pensamento obsessivo de reencontrar o pai “desaparecido”, depois de ter descoberto que ele só era ausente fisicamente, uma vez que a amava e vivia enviando “e-mails”, para a sua mãe, solicitando o endereço das duas, revelando o desejo de um reencontro com a filha, de quem fora afastado, depois da separação do casal. JÚLIA 1 vive um drama de consciência, com relação ao sentimento pela mãe, por ter-lhe escondido aquilo, por tanto tempo.


 GABI PORTO também tem uma boa atuação na peça.



15 - CINCO JULIAS ÍCARO



ISABELLA SANTONI é a outra que faz sua estreia nos palcos, e o faz de forma satisfatória. Pode-se aplicar a ela o mesmo que já foi dito sobre BRUNA HAMÚ, no final dos comentários feitos a esta. Já vem de uma considerável carreira na TV e está debutando no cinema.


Aqui, ela vive a JÚLIA 5, homossexual, que inicia um romance com a única JÚLIA ainda não citada, a de número 4 (MALU RODRIGUES). Por conta dessa suposta revolução no mundo cibernético da redes sociais, promovida pelos “hackers”, ela ficou sabendo o quanto sua homossexualidade incomodava sua mãe e a fazia sofrer, apesar de ser esta a única que parecia compreendê-la, mas não deixou de revelar, a uma amiga, que aquilo representava, para ela, um “fardo difícil de carregar”.


A personagem era toda “certinha”, procurava se adequar aos padrões estabelecidos pela sociedade e pela família, em particular, até esta descobrir que era “gay” e não aceitar a realidade, com exceção da mãe, a única “solidária”. A partir daí, resolve dar motivos para as críticas.


Pobre JÚLIA 5, que, ao “perder” a única pessoa que a apoiava, chegou a tentar o suicídio, para livrar a mãe de tanto sofrimento, numa bela cena, que ficará gravada na memória dos que assistirem à peça.




Amor entre iguais.




Isto também é amor.



A JÚLIA 4, MALU RODRIGUES, é um caso à parte. Apesar da pouca idade (apenas 22 anos), já é uma veterana, por ter iniciado sua brilhante carreira no TEATRO (nem vou falar de TV nem de cinema, com filmes já lançados e outros que ainda não chegaram ao público) muito jovem, estourando na mídia e conquistando o carinho e o respeito de uma legião de fãs, dos quais sou, despudoradamente confesso, o de carteirinha 000, em “O Despertar da Primavera”, aos 15 ou 16 anos, uma obra-prima, com direção de Charles Möeller e Cláudio Botelho, com quem também brilhou em “Sete - O Musical”, “Um Violinista No Telhado”, “Beatles Num Céu de Dianantes”, “O Mágico De Oz”, “Todos Os Musicais De Chico Buarque Em 90 Minutos”, “Nine” e “Versão Brasileira Möeller E Botelho – 25 Anos De Musicais” (quase acaba o meu fôlego), todos grandes sucessos, de público e de crítica.




Malu Rodrigues.


No quesito voz, MALU se destaca, em “CINCO JÚLIAS”, em função dos grandes mestres que teve, desda a mais tenra idade, e continua tendo, e por conta de um dom, que ela sabe cultivar e aprimorar. Voz belíssima e afinada, é a responsável pelas melhores interpretações das canções da peça.


Sua personagem passa uma imagem de fragilidade e extremo bom caráter. É uma espécie de “patinho feio”, sofre “bullying”, sem amigos nem muitas emoções na vida. A exceção são dois amigos do curso de inglês, que formam um casal. Ela é apaixonada pelo menino, mas acha a relação dos dois “incrível” e “não quer magoá-los”.


No decorrer da história, envolve-se com a Júlia 5 e descobre que “qualquer maneira de amor vale a pena, qualquer maneira de amor vale amar”.


Muitos “BRAVA!”, para Malu Rodrigues, que nunca me decepciona!!!


O espetáculo é vendido como um musical. Não vou discutir isso, porque se trata de um assunto polêmico e que não merece ocupar o nosso espaço, entretanto entendo como “musical” um espetáculo de TEATRO, que mistura texto e canções, sendo que estas também fazem parte do texto, pois servem para ajudar a contar a história. No caso de “CINCO JÚLIAS”, todas as canções são em inglês e, a despeito de eu ser fluente no idioma, confesso, humildemente, que gostei demais da seleção das músicas, extraídas, como já foi dito, do iPod do autor/diretor, apoiada num repertório “pop”, dos anos 90 para cá (Radiohead, Taylor Swift, Spice Girls, Florence and The Machine, Arcade Fire, Bjork, LCD Soundsystem...), mas não prestei muita atenção às letras, para entender a relação entre elas, as personagens e as cenas em que são inseridas. Da próxima vez, quando reassistir ao espetáculo, isso será o foco maior da minha atenção. Mas acredito que foram escolhidas com tal propósito.


16 - Cinco Julias Suicídio


A parte musical, cuja direção, excelente, por sinal, está sob a responsabilidade de PABLO PALEOLOGO, o qual comanda um grupo de músicos de alta qualidade, formando uma banda irretocável: Além do próprio PABLO, no teclado, ANDRÉ SIGAUD (guitarra), MARCELO DURHAM (baixo), FELIPE AGUIAR (bateria) e FELIPE VENTURA (violino), uma grande ideia, nessa banda. Eles fazem um som puro, que chega a parecer “playback”, com gravação em estúdio, isso graças, também, ao ótimo trabalho de desenho de som, de ROD OLIVEIRA.


Uma boa referência dever ser atribuída ao correto trabalho de direção de cena e coreografias, de ANA PAULA BOUZAS, e aos figurinos de JOÃO LAMEGO, realçando as formas das cinco belíssimas atrizes e trazendo muito colorido às cenas.


Quando, no ano passado, fiz a crítica ao excelente espetáculo “Ludwig”, da Artesanal Cia de Teatro, com direção, a seis mãos, de Henrique Gonçalves, Gustavo Bicalho e Daniel Belquer, trazendo Manoel Madeira, irrepreensível, no papel do protagonista, não poupei elogios à magnífica luz de RODRIGO BELAY, merecedor de prêmios, na minha modesta opinião, principalmente por ter sido seu primeiro trabalho autoral, depois de tantos anos de assistência de iluminação dos grandes mestres do ofício.


RODRIGO, em “CINCO JÚLIAS”, ratifica seu talento profissional, sendo responsável por uma iluminação esplêndida, que faz qualquer elemento, por mais simples que seja, ganhar força e beleza, em cena, valorizando, também o ótimo cenário, de MIGUEL PINTO GUIMARÃES, que, embora seja simples, na sua estrutura, deixa vazio o palco, para a livre movimentação das atrizes, e se resume, basicamente, em painéis, ao fundo e nas laterais do palco, nos quais são feitas as geniais projeções produzidas por EDUARDO CHAMON, um trabalho muito bonito, feito por um grande profissional.





Não podem ser omitidas as participações “afetivas”, em vídeo, de Aderbal Freire-Filho, como o pai “desaparecido” de JÚLIA 1, Ícaro Silva, João Côrtes, Louise D’Tuani e Leo Bahia.


18 - Julia 1 Aderbal



Um certo dia, recebi, de uma famosa e vitoriosa produtora de TEATRO, um “puxão de orelhas”, no meu “inbox”. Dizia ela que gostava muito das minhas críticas, mas que eu nunca fazia alusão ao trabalho dos produtores, “sem os quais seria impossível colocar um espetáculo em pé” e que eu parecia “não reconhecer o trabalho dos produtores”. Minha primeira reação foi ficar indignado com aquela bronca injusta. Acho que ninguém mais do que eu conhece e valoriza o trabalho de muita “ralação” dos produtores, os propriamente ditos, que financiam as montagens e os produtores executivos, verdadeiros “anjos da guarda” das produções.


Depois, reparei que, realmente, deixava a desejar nesse aspecto e acho que chegou a hora de, daqui para frente, também falar dos produtores, quando forem merecedores de destaque.


Em “CINCO JÚLIAS”, deve ser reverenciado o nome de TATIANNA TRINXET, diretora de produção, que vibrava muito, após o espetáculo, no dia da estreia, por uma conquista, comparada a um ganhar um Oscar ou um título de Copa do Mundo, ou coisa que o valha. Fiquei emocionado com a vibração dela, ao conversar comigo. E não era para menos, uma vez que poucas pessoas conseguem fazer um espetáculo de qualidade com tão pouco dinheiro e sem patrocínios.


Por também ser atriz, TATIANNA conhece o outro lado do muro, o que a faz se desdobrar em trabalho e força, para garantir um espetáculo como “CINCO JÚLIAS”. BRAVO, TATIANNA TRINXET!






Um outro profissional que merece o meu respeito é o que atua na área de assessoria de imprensa, sempre tão gentis nos convites e nos suprindo com materiais que servem de base para as nossas críticas. Nesta produção, tenho muito a agradecer à querida LEILA MEIRELLES, que nunca me negou uma informação, sempre que eu a “alugava”. Profissional competente, obrigadíssimo, LEILA!


Recomendo este espetáculo multimídia a todos os meus amigos, inimigos, amigos dos inimigos e inimigos dos amigos.






FICHA TÉCNICA:
Texto  e Direção Geral: Matheus Souza
Assistente de Direção: Hamilton Dias
Elenco: Júlia 1: Gabi Porto, Júlia 2: Bruna Hamú, Júlia 3: Carol Garcia, Júlia 4: Malu Rodrigues e Júlia 5: Isabella Santoni
Músicos: Baixo: Marcelo Durham, Bateria: Felipe Aguiar, Guitarra: André Sigaud, Teclado: Pablo Paleólogo e Violino: Felipe Ventura
Direção Musical: Pablo Paleologo
Assistentes de Direção Musical: André Sigaud e Marcelo Durham
Produtor Musical: Marcelo Durham
Preparadora Vocal: Dani Calazans
Desenho de Som: Rod Oliveira
Coreografias: Ana Paula Bouzas
Sapateado: Juliana Moulin
Cenário: Miguel Pinto Guimarães
Figurinos: João Lamego
Produção de Arte: Bruna  Zaccaro
Assistente de Produção de Arte: Marcie Porto
Desenho de Luz: Rodrigo Belay 
Vídeos: Eduardo Chamon
Mapping e VJ Estreia: Dado Marietti
Assistente de Direção: Kaio Caiazzo
Assistente De Câmera: Luís Simpson
Assistente de Edição: Hugo Rocha
Assistente de Produção: Thaiane Maciel
Assessoria de Imprensa: Leila Meirelles e Marcela Nunes
Design Gráfico: Vento Estúdio
Fotos de Divulgação: Páprica Fotografia
Visagismo: Vivi Gonzo e Rafael Nsar
Diretora de Palco: Lúcia Martinusso
Contrarregra: Maycon Soares
Operador de Luz: Marcelo Andrade
Operador de Som: Rodrigo Oliveira
VJ Temporada: Bruno Grieco         
Equipe de Produção: Leila Meirelles e Marcela Nunes
Produção Executiva: Ana Mota
Direção De Produção: Tatianna Trinxet




SERVIÇO:

Temporada: De 15 de fevereiro a 5 de abril.
Local: Teatro das Artes - Rua Marquês de São Vicente, 52 - 2º piso – Shopping da Gávea – Gávea – Rio de Janeiro.
Telefone: (21) 2540-6004.
Bilheteria: Para informações e reservas, funciona das 15:00h às 20:00h, todos os dias, e de 15h até o horário do espetáculo, para ingressos do dia. Aceita cartões de crédito Visa e Master e cartões de débito Visa Electron e Rede Shop.
Bilhetes disponíveis, também, pela Internet, no “site” www.ingresso.com
Dias e Horários: Às 2ªs e 3ªs feiras, às 20h30min.
Valor do Ingresso: R$60,00 (Meia-entrada: R$30,00)
Duração: 120 minutos
Classificação Etária: 12 anos
Gênero: Musical





















(FOTOS: PÁPRICA FOTOGRAFIA / CAIO KAIAZZO.)

Um comentário:

  1. Será que a peça vai entrar em turnê???
    Moro em Jundiaí e fiquei mto interessada em assistir

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